Rpg e educação
Você deve estar pensando:o que tem a ver
RPG- “Reeducação Postural Global” a ver com educação?Nada. Primeiro porque o
RPG em questão é o “Role
Playing Game”, traduzindo ao pé da letra “Jogo de representação” ou “Jogo de interpretação”.
Supondo que você ainda não saiba do que é
RPG (o “Role
Playing Game”) irei explicar do que se trata.
RPG é um tipo de jogo em que os jogadores assumem novas identidades, criando um personagem para si( deve ser criada uma história sobre o personagem e preenchida uma ficha com habilidades e características que o personagem possui), tais personagens se misturam num universo criado pelo Narrador (que descreve tudo o que está acontecendo,o ambiente a sua volta e interpreta outros personagem que os jogadores encontraram no jogo).O Narrador cria situações envolvendo os personagens que cada jogador interpreta.O
RPG não tem ganhadores e nem perdedores,podendo nunca ter fim, porque ao contrário dos outros jogos o
RPG tem como base principal a imaginação de cada um(claro,que existem regras,mas tais regras não limitam a criatividade nem a imaginação,sendo esses os elementos priorizados no jogo).Para jogar
RPG é necessário pelo menos dois jogadores,dados, livro
especifíco(Vampiro,
Dungeons &
Dragons,Mago...),fichas dos personagens,lápis e borracha e o principal:a sua imaginação.
Partindo do fato que o
RPG é um jogo em que o
enfoque principal é a criatividade,muitos educadores tem utilizado-o como uma ferramenta adicional na hora de aplicar os conteúdos.Tais educadores perceberam que determinados conteúdos se tornariam
massantes e desinteressantes se tratados sobre a óptica tradicional,mas que ao serem abordados na forma de jogo se tornariam algo interessante e motivador.Entre as diversas vantagens que o
RPG oferece estão: auxilia no desenvolvimento do
raciocíneo lógico,incentiva a leitura e a escrita,estimula a criatividade,permite o desenvolvimento da escrita,a motivação do trabalho em equipe,além de ser um jogo de baixo custo,auxilia na socialização dos alunos e entres outras vantagens,além da mais famosa(e já citada) que é desenvolver e explorar o
pontecial da imaginação humana.
Mas como trabalhar com o
RPG?Uma das alternativas é criando aventuras a partir de temas da
atualidade,envolvendo o conteúdo
didático.È importante que se tenha um tema em mente,e que esse tema possa se relacionar com o conteúdo disciplinar e a partir disso
planejar a aventura: a linha central de trama, desafios, personagens com as quais os jogadores interagirão, etc.
Vale lembrar que a
atividade deve ter
objetivos bem claros e que a participação do aluno deve ser voluntária e os alunos que não quiserem participar devem ser ocupados com outra
atividade de modo que impeça que eles atrapalhem o curso do jogo.O
RPG pode ser tanto trabalhado em períodos extra-classes quanto no período de aula(lembrando que se a opção for a de trabalhar com o
rpg no período de aula o educador deve dispor de tempo).É importante que lembrar que se
atividade for feita por meio da narração o professor deve dividir a turma em grupos de no máximo oito alunos e instruir um aluno para que seja o narrador da aventura.
Um trabalho interessante usando o
RPG foi realizado pela professora e
RPGgista Rosangela Basilli Mendes Valente, da Escola Municipal Dom Pedro I, zona norte de São Paulo.Ela introduziu e adaptou aos poucos as técnicas de jogo.Primeiro trabalhou o tema “família” com os alunos fazendo com que eles imaginassem que viviam em clãs. “ Pude destacar o senso de solidariedade e responsabilidade necessárias a vida social e ainda mostrei a elas uma forma milenar de organização cultural. Tudo de maneira lúdica", diz ela.Mais a frente,na 3° série ela trabalhou com
adjetivos através de uma técnica mais complexa:criação de fichas(as tão famosas fichas do
rpg).Os alunos tiveram que imaginar um personagem,criarem umas história para ele,o desenharem numa folha e escreverem os
adjetivos que eles possuíam.
Esse foi apenas um exemplo da utilização do
RPG em sala de aula,ainda temos muitos outros em que se pode perceber o quão útil o
RPG pode ser, se utilizado de forma certa pelos educadores.
Para completar:convidei Rafael Fernandes
RPGgista desde 1996 para falar um pouco mais sobre o
RPG.
Rafael: " Comecei jogando
rpg eletrônico e de mesa em 1996, e desde então me apaixonei pelo
rpg, interpretando personagens das formas mais variadas e melhorando a forma de me expressar. Criei laços de amizades fortes, até com pessoas que moram em outros estados, e ao contrário das manchetes de jornais que volta e meia aparecem na
tv, onde pessoas cometem crimes e vinculam ao
rpg, é tudo puro
sensasionalismo, crimes são cometidos pro vários outros motivos, e associam ao
rpg apenas porque a maioria da população desconhece.
Rpg é se socializar. E pra aqueles que não gostam de
rpg mas assistiam caverna do dragão, ai vai uma noticia que pode abalar os corações o nome em inglês do desenho era
dungeons&
dragons baseado
diretamente no
rpg de mesmo nome.E se parar pra pensar ate uma novela tem um tom de
rpg,
ja que afinal o jogo se chama '' jogo de interpretação de papéis'' onde os
atores interpretam seus personagens, e o escritos(Game
Master) comanda a historia.Ou seja o
RPG está em toda parte,e para quem acha que que o
rpg é algo
atual esta enganado, foi criado na
decada de 70. ”
Apesar de vários educadores reconhecerem o
RPG como um instrumento que aliado a disciplina e organização promovem resultados positivos na abordagem dos conteúdos,ainda há aqueles que resistem,a esses vale lembrar que estar aberto a novas possibilidades é quase que um requerimento para ser um educador.Se manter fechado(a) para novas possibilidades é permitir que o preconceito ultrapasse a vontade de ensinar,fato que se possível não deve ocorrer nunca na jornada do educador.Porque é a vontade de ensinar que
projeta o educador além da sua realidade,dando forças a ele para seguir a diante custe o que custar,é o que motiva,o que faz com que o educador se destaque e passe a ser um,e não somente mais um na legião de educadores que vemos por aí.
Ah sim obrigada Rafael pela colaboração.